Era uma vez…uma garotinha que amava se molhar. Não podia ver a piscininha de plástico de 1.000L montada no quintal que logo queria enfiar as mãos, braços, pernas e pés (e não importava se tinha sandália no pé ou se estava descalça. A maioria das vezes estava com a sandália e a mãe corria pra tentar tirar a perna de dentro da água ou simplesmente a sandália). Quando via praia então….nossa! Pára tudo! Não tenho mais fome, não tenho mais sono, não tenho mais nada! Era como se ouvisse o canto de uma sereia e estivesse completamente enfeitiçada por aquele barulhinho delicioso das ondas do mar. Se desviasse daquele som mágico, daí todo mundo poderia ouvir um outro som não tão mágico assim! E a palavra “PAIA”, quando pronunciada por esta menininha, era sempre acompanhada de um “AAaahhhhhhh” puxando todo o ar que podia encher em seus pequenos pulmões que se misturavam com uma magia inexplicável para dizer esta palavra tão bela e intensa!
Era uma vez é uma expressão que indica algo quase imortal, atemporal! Os contos de fadas começam assim e sempre que uma história é assim intensa, costumo iniciar desta forma. E assim permanece o sentimento da magia da praia para esta garotinha, a Dri! Eu! Agora em primeira pessoa, vou contar mais sobre minha história de mergulho, pois a história com água começa muito cedo, como viram. E sempre foi desta forma: alucinante e apaixonada por água que aprendi a nadar aos 4-5 anos numa viagem de férias em uma piscina que não dava pé. Sim! Meu pai me colocou nesta piscina e disse: “nade!”. E eu nadei…simples assim. Muito natural, muito bom, quase meu hábitat.
Dri e André curtindo uma prainha em Los Roques.
Bom, o mergulho. Tudo começou com meu querido irmão, o André Berti. Ele já tinha feito o curso de mergulho e, numa viagem de família, tivemos a oportunidade de conhecer Los Roques, caribe Venezuelano. Lugar sensacional! O arquipélago de Los Roques abriga a terceira maior barreira de corais do mundo! O lugar prometia. As praias já eram sensacionais! Uma transparência quase “sem noção” de tão linda! Para ir às praias, você tinha que ir de barco para outras ilhazinhas, pois a ilha principal era “imprópria para banho” (se eles soubessem da qualidade da água para banho em São Paulo, parariam com esta frescura…rs). Enfim, eu já estava encantada demais, quando meu irmão veio com o convite: “Vamos mergulhar? Eu vou amanhã. Vem comigo?”
Sem titubear, aceitei. Estava tranquila no barco, tudo corria bem! Como era iniciantíssima, só faria 1 dos 2 mergulhos que o grupo de mergulhadores certificados fariam. Durante o 1° mergulho deles, fiquei fazendo snorkel e vendo tudo da superfície. E eu queria estar lá embaixo. O capitão, figura engraçada, deu todas as dicas para já ir treinando o lance de tirar a água da máscara, a cuspidinha básica pra não embaçar. E…do nada, uma das mergulhadoras subiu…pânico. Deu um ataque na gringa por causa da máscara. Achei uma baita frescurada e nem dei bola. Continuei na água até que o último mergulhador saísse da água. O capitão achou que eu ficaria tensa, mas nem dei atenção! Queria ficar vendo os lindos peixinhos!
Durante o intervalo de superfície da turma, o instrutor foi me dar aquela aulinha básica (absolutamente necessária) para total iniciantes. Ensinou-me a cuspir direitinho na máscara. Para isso, você não pode ter nojo do próprio cuspe. “Pro seu bem, é melhor reservar a baba!” Haha! Foi assim que ele me disse. Nem hesitei. Cuspi mesmo! Depois aprendi melhor como tirar a água da máscara embaixo d’água, como equalizar os ouvidos e pra que serviam todos aqueles botões e equipamentos que ele iria colocar em mim, apesar de ter falado umas 10 vezes que eu não precisaria mexer em nada. Ok. Prontos pra descer e lá fomos nós. Meu irmão estava junto e perto, era meu dupla! O instrutor por perto, no início, de mãos dadas. Eu estava maravilhada! O que era aquele colorido!? O que eram aqueles cardumes?! Gente, o negócio era D-E-S-L-U-M-B-R-A-N-T-E! Fiquei tão feliz por mergulhar que dei risada muitas vezes e isso fez com que minha máscara alagasse também várias vezes. Sem nenhum medinho sequer, eu tirava a água, olhava pro meu irmão, batia palmas, olhava pro instrutor e fazia sinal de ok. Não sabia como demonstrar minha felicidade, mas eles perceberam. Eu pedia fotos, vídeos, eu estava totalmente à vontade. E assim, o instrutor ficou só por perto olhando de vez em quando meu ar. Eu tava na minha “praia”.
Logo, o ar do meu irmão acabou e ele ficou lá usufruindo do ar do instrutor enquanto me deleitava nas maravilhas daquele oceano, colorido, repleto de peixes, cheio de vida e que me trouxe ainda mais alegria! Saí da água falando mais que o homem da cobra!!! Estava eufórica! Pronto. Eu já amava o fundo do mar.
Depois desta primeira experiência, eu ainda era estagiária e incapaz de bancar o curso. Afinal, ainda não era uma prioridade pra mim. Assim, tive várias outras experiências como Discover Scuba Diver. Fiz mais 2 outros mergulhos antes de iniciar o curso básico! Um em Florianópolis – SC, na ilha do Arvoredo, durante o inverno.
Confesso: foi difícil. Depois do caribe e da água quentinha, cair em águas mais frias foi quase uma nova primeira experiência! Mas fomos brindados com a presença de uma linda e tranquila tartaruga!
Adivinha se não quis segui-la? Claro! Pena que o instrutor estava atento! Hahaha! E a última experiência sem certificação foi em Abrolhos – BA. Como no post do 1° mergulho do JP vocês já viram um pouco mais de como é o passeio, não vou delongar, pois esta minha última experiência antes do curso básico (Open Water Diver) foi basicamente uma grande expectativa para ver se o JP gostava também do mergulho como eu havia gostado até ali. Eu tava aflita, pois estava com a intenção de fazer o curso e se ele não gostasse, como faríamos? Sim, poderíamos nos separar para cada um fazer o seu hobby, mas é que é tão incrível o fundo do mar! “Ele há de gostar!” – era só o que eu pensava. E assim sucedeu. Ele saiu da água eufórico e eu entrei na água em seguida preenchida de felicidade e foi um dos mergulhos mais gostosos que eu fiz. Completamente relaxada, Cempletamente feliz! E, no final, ouvi do instrutor: “Você mergulha tão direitinho! Devia fazer o curso para poder fazer isso com teu namorado! É legal mergulhar juntos!”
Depois disso, a história continuará em outros posts sobre como foi o meu curso Open Water Diver, em Providencia, Colômbia. E daí entra a parte dos tubarões!! Aguardem! Foi outra experiência no fundo do mar que valeu demais!
Que início de uma bela história com a natureza. JP também não resistiu!
Parabéns! Vocês são D+++++++!
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Você viu, né? Convertido ao mar e à natureza! Hehehe! Brincadeira! Ele sempre foi um menino amante da natureza! Por isso casei logo com ele! Hahaha! Obrigada por acompanhar nossa história e nos motivar sempre! Logo daremos um pulo aí pra conhecer os novos integrantes dessa família fantástica!!! =) Grande beijo!
Foi justamente com esse vislumbre todo (dos peixinhos, principalmente) que a gente se empolgou em nosso primeiro mergulho – que ainda nem contabilizamos como válido, uma vez que lá embaixo nossa maior preocupação foi sobreviver e certificar pra a partir de então começarmos de fato a colecionar nossas próprias histórias.
O ano foi difícil e não conseguimos fazer o segundo mergulho – mas logo mais ele acontece, e a gente vem se deliciar com os textos de vocês pra continuarmos inspirados! Beijão!
Oi Marcelo, obrigado pela visita e que bom que está gostando dos textos, ficamos muito contentes em receber feedback!
Nos cursos e primeiros mergulhos ainda estamos mais preocupados em controlar os equipamentos, é normal mesmo! Depois de alguns mergulhos isso fica natural e aí ficamos encantados com os peixes e o fundo do oceano! O importante é não parar de mergulhar!