Fazer a primeira travessia a vela solo (mesmo que isso inclua duas pessoas e novatas) é uma situação tensa, mas de jeito nenhum impossível. Veja como driblamos nosso medo e enfrentamos 11 horas de navegação com ventos de 15 a 18 nós.
Mudar é preciso! E como já disse nosso grande navegador Amyr Klink, chega o momento de ir. O nosso momento chegou depois de 6 semanas no Guarujá, onde nos acostumamos a muitas coisas e onde começamos, de fato, nossa mudança.
Nós nos permitimos fazer uma mudança calma e cautelosa, sem muitos momentos de estresse desnecessários para nos preservarmos como casal rumo ao grande sonho.
Mudar para um barco não é algo pequeno e requer uma série de concessões e alternativas. Mas, no Guarujá, nos demos o tempo de permanecer com o carro, mesmo que o barco fosse nosso meio de transporte escolhido. Onde pudemos fazer o vai-e-vem de coisas para “equipar” o barco para que se tornasse nossa casinha flutuante.
Depois de quase 50 dias na água, com apenas 6 saídas, sendo 3 velejando e 3 no motor, sentimos que era a hora de partir para um novo destino e o próximo nível de nossa aventura. Vou contar como chegamos a esta decisão.
partidas são sempre dolorosas
Nossos amigos do veleiro Toa Toa que conhecemos no Guarujá e que dividiam a marina conosco à noite (somente 2 barcos com moradores) partiram para sua travessia num dia chuvoso de quinta-feira (22/3/2018), o que nos deu um sentimento de vazio enorme.
Não tínhamos mais vizinhos, nem uma água limpa para mergulhar a qualquer hora do dia, nem tanto conforto, não fosse o fato de estarmos ainda com o carro para resolver as pequenas coisinhas do Prosperus no centro do Guarujá e arredores.
Na sexta-feira seguinte, sentamos para tomar o café da tarde, desta vez, sozinhos, e começamos a avaliar os aplicativos de previsão de tempo, vento, ondas e afins. Aparecia uma janela na próxima terça-feira, onde os ventos, que estavam de leste naquele dia, virariam para sul por 1 a 2 dias, o que nos ajudaria na travessia e empurraria para Ilhabela, nosso próximo ponto de parada.
Explicações para novatos: lembrando que o Guarujá fica no litoral sul de SP e Ilhabela no litoral norte. Logo, para chegarmos com mais facilidade, o vento mais “sensato” para essa travessia era o vento sul, ou seja, que vem do sul e vai pro norte. E a “janela” de tempo era essa, uma raridade de vento nessa época do ano, em que a maioria dos ventos é leste, digamos, em 80% do tempo. Aparecer o vento sul é uma oportunidade que não se pode perder, sobretudo para os novatos! Mesmo que o nome “sul” carregue consigo uma frente fria, que é, de fato, o que acontece. Mas era o melhor vento para nos levar mais rápido para nosso destino.
É impressionante como nos adaptamos às boas pessoas e como elas nos fazem falta, mas mesmo distantes, eles nos apoiaram a fazer a travessia, dando uma série de dicas e confiando que seríamos capazes de fazer essa travessia sozinhos!
A distância só provou que saudades, que explicado por uma criança: é o amor que fica, é um fato. O amor ficou no coração e acabou nos atraindo para estarmos mais perto. E logo nos comunicamos com mais 2 amigos em nosso novo destino para que nos ajudassem a interpretar as previsões de Ilhabela.
Bingo! Como as previsões sempre se adiantam, colocamos na agenda a data da travessia para segunda-feira (26/3/2018). Era hora de partir, sabíamos.
Precisamos batizar o Prosperus
Com o “batismo” do Prosperus já agendado para o sábado (24/3/2018), decidimos acelerar a programação e começar a “juntar” nossas coisas, que estavam espalhadas por vários pontos do Pier 26 para zarpar. Assim fomos ajeitando tudo dentro do barco para nossa partida certa.
Sábado precisaríamos de muito carinho para receber todos que viriam prestigiar o batismo da nossa casa, além de tudo arrumado! Começamos o dia na limpeza da parte externa do barco e nas compras de última hora para o grande dia!
Que dia incrível! Vivemos, ao lado de amigos e familiares, um dos momentos mais plenos desde que o Prosperus foi pra água! O nosso veleiro atraiu novos amigos e também aqueles que há tempos não víamos! Incrível como o mar traz pessoas especiais para perto da gente! E nos mantém em conexão!
Foi um dia maravilhoso, em que entregamos à Netuno (e a Deus) nossas preces, nosso barco, nossa casa, nossas esperanças, nossas vidas, nossos sonhos.
Debaixo de um sol que promovia um calor de 35°C de temperatura do ar e corações a uns 50°C, discursamos, diante de testemunhas, como pede a tradição de batismos de embarcações, nossas palavras ao Prosperus, com profunda emoção e amor.
E também como pede a tradição, uma mulher é a responsável pelo batismo com uma garrafa de champanhe antes de sua primeira travessia. Não quebramos no casco como muitos pediram (isso não é mais necessário desde que Netuno se tornou ecologicamente correto…rs).
Mas abri delicadamente a garrafa, jogando parte da bebida na proa, âncora, enrolador e mar recitando as seguintes palavras:
Prosperus, o mar já te aceitou
Você já nos aceitou
Juntos seremos unidade
E na nossa primeira viagem,
Nos tornaremos todos, Dri, JP, Prosperus e Oceano
UMA PRÓSPERA HARMONIA
Te batizo agora, com a bênção de Netuno e Poseidon
BONS VENTOS!
E assim, garantimos nossas melhores intenções com Netuno para que nossa primeira travessia fosse bem sucedida.
a preparação da partida
Como diz o grande navegador, Amyr Klink, “não temos a menor intenção de partir para uma aventura ou uma viagem de não ter certeza de alcançar os lugares que quiséssemos”. Ou seja, planejamento se faz absolutamente necessário.
Desde a sexta-feira da decisão pela travessia, ficamos viciados em olhar as previsões do tempo. De 2 em 2 horas estávamos lá navegando pelos aplicativos: Windy, Windiguru e Navionics. Este último era para avaliarmos nossos possíveis pontos de parada, caso mau tempo nos acometesse.
Graças a Deus e a Netuno, o planejamento deu certo e não precisamos partir para nossos pontos de abrigo! Mas muito importante saber onde parar, caso precisássemos.
Analisamos cada hora do dia da previsão para verificar o sentido do vento, das ondas, do swell, de tudo! Temperatura e também chuva. Tudo a favor! Impressionante! E assim fomos ganhando confiança nas nossas análises. E a cada vez mais, entendíamos melhor os fenômenos que nos aguardariam.
Ao mesmo tempo, garantimos nossas avaliações conversando com os amigos mais experientes no assunto! Tudo certo! Estávamos sempre concordando com as análises.
Traçamos nossa rota e chegou o momento de arrumar TUDO para a partida na segunda de manhã.
No domingo (25/3/2018), enquanto o JP fez o checklist do motor e do barco para a travessia, eu fui para São Paulo levar o que não usaríamos mais, as ferramentas do meu pai e também o carro! E assim, no fim da tarde, eles me dariam uma carona de volta e desejariam uma boa viagem para nós, pessoalmente.
JP fez um trabalho de mestre revisando o motor, constatou que havia um vazamentinho de água salgada pela tampa do filtro de água salgada, facilmente resolvido pela sua limpeza. Verificou o nível do líquido de arrefecimento, do óleo do motor, filtro racor, tensão da correia do alternador, tensão da bateria do motor, além de fazer a limpeza e inspeção visual de todo o motor e arredores. Baita trabalho que deixou os 2 (motor e JP) ainda mais íntimos! Ótimo!
Feito! Domingo com missões cumpridas, sucesso, arrumação 100% da casa. Observamos cada detalhe da cozinha, quartos, banheiros, para que nada se espatifasse no chão durante a navegação.
E também deixamos preparadas nossas refeições: o café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde. Na verdade, tinha comida para 24 horas, de certo.
Preparação é assim: vai que demora mais que 12 horas (nossa previsão), vai que chove demais e molha nossa comida, vai que….vai que….conservadorismo é a regra de ouro!
a partida
Despertamos às 5h30 e começamos a arrumar o pouco que faltava no barco: tirar a capota amarela, ligar motores, conferir se tudo estava safo dentro do barco, pegar a comida, tomar remédio para enjoo e preencher o plano de navegação do Pier 26 para nossa partida (este último nem sabíamos que precisava! Mas tudo certo.).
Obviamente o nervoso nos acometeu, mas não deixamos abalar. Era um sentimento de despedida, de nervoso, medo, ansiedade, alegria e receio. Será que daríamos conta?
O pensamento era sempre positivo, as palavras entre nós sempre positivas e encorajadoras. As ações eram pensadas, calmas e seguras.
Olhamos para o Píer 26 com um sentimento saudoso. Isso porque foi ali onde o Prosperus tocou, pela primeira vez, a água. Foi ali onde aprendemos a conduzi-lo de forma segura. Foi ali onde conhecemos pessoas maravilhosas que nos ensinaram muito sobre conservação do nosso barco e várias dicas valiosas para nossa vida a bordo.
Desde os funcionários do próprio Píer, como os marinheiros que diariamente iam até nosso barco nos dar dicas, ver como estávamos nos virando, enfim, criamos uma comunidade boa, produtiva.
Todo dia dormíamos esgotados com tantas tarefas e aprendizados! Por 50 dias, nossa vida mudou da terra para o mar. Esse foi nosso momento de transição.
E olhar para aquele lugar durante aquele amanhecer nos fez sentir vontade de dar tchau com melancolia. E assim o fizemos, lentamente.
Às 6h10 desamarramos o barco do pier com segurança, com a ajuda do pessoal que estava por ali. Mesmo com vento começando a soprar, desencostamos do flutuante tranquilamente. Estávamos ansiosos, mas calmos e tranquilos para tudo. O tchau foi inevitável, as lágrimas não vieram por puro nervosismo do que viria nos próximos minutos.
Pelas 6h35 estávamos saindo do Canal de Santos, vento aparente de 20 nós, velocidade no motor de 4 nós, vento real de aproximadamente 15 nós. As ondas começaram a aparecer, o que nos freou um pouco mais. Estávamos no rumo 250° navegando até o ponto em que encontraríamos linha reta com o canal de Ilhabela.
Até aquele momento estava tudo tranquilo. O mais difícil foi deixar o Canal de Santos, que estava com ondas e ventos turbulentos. Mas fomos tranquilos com a experiência das 6 vezes que já havíamos passado por aquilo.
Às 7h decidimos subir as velas. Terminamos de ajustar e levantar mestra e genoa às 7h25. Com muita calma, decidimos passar da Ponta Grossa, no Saco do Major, para abrir genoa. Aliás, mar mexido e vento forte neste ponto. Mas tínhamos que dar um tchau pro Saco que foi nosso destino por 3 vezes!
7h28 desligamos motor, somente velas. E daí começamos, finalmente, nosso Diário de Bordo ao sabor do vento! Que delícia! Que momento épico! Que sentimento pleno de unidade com o barco, com o mar, como casal. Foi MARAVILHOSO sentir confiança de desligar o motor! E estarmos 100% conectados com a natureza!
Este momento nos entreolhamos e sorrimos, com uma pitada de atenção e tensão, mas um balde de satisfação e realização. Começou a travessia.
diário de bordo da travessia
Toda travessia exige um diário de bordo e eu fui anotando tudo ao passo que ia acontecendo e sobrava um momento para isso. Sempre de olho nas velas, no JP, no mar, aproveitando a paisagem, experimentando este mundo tão novo para mim. E ao mesmo tempo tão maravilhoso.
7h40 passamos pela Ponta Monduba. Começamos a avistar o centro de Guarujá. Sol espetacular aparecendo entre as nuvens, iluminando apenas algumas partes do oceano. Ondas mais tranquilas e vento constante. Velejada espetacular!
O Prosperus nasceu para velejar em ventos de 15 nós, no mínimo. Que delícia vê-lo fazendo sua parte com classe, com delicadeza, com soberania. Ele, de fato, nos mostrou o caminho a seguir, reagiu ao que o mar pediu, nos mostrou como nos comportar. Ele foi um belo e presente professor!
Pelas 8h tentamos fazer a configuração de asa de pombo, mas não funcionou bem porque tinha pouco vento para “encher” as velas de forma que a configuração se mantivesse segura. Nisso, a retranca foi empurrada para boreste e iniciamos a navegação com vento na alheta vindo de bombordo. Neste momento, tivemos ótima navegação a 5,5 nós de velocidade. Aproveitamos pra passar protetor solar nas mãos e rosto, porque o sol começou a mostrar sua potência.
8h30 conseguimos encaixar a asa de pombo sem machucar a vela mestra na cruzeta e genoa sem panejar. Uhulll! A felicidade durou uns 15 minutos. Mais uma retrancada e ficamos assim, tentando encaixar a asa de pombo, depois alheta….depois asa, alheta.
Às 9h45 tentamos acertar o rumo somente na vela. Manter a asa de pombo é difícil. Fomos recomendados a buscar a alheta e seguir. Com isso teríamos que fazer alguns jibes, mas valendo cada minuto de aprendizado.
Estamos entendendo o vento, as velas, a gente. 9 nós de vento, velocidade 4.5 nós. Rumo 150°. E o sol está tímido atrás das nuvens, mas está quente e já tiramos a nossa roupa de tempo. Passamos em frente à Ponta Grossa.
Das 10h às 10h30 e eu dei uma cochilada porque estava sonolenta. Estávamos velejando com vento de través e alheta de boreste. Velocidade entre 4 e 5.5 nós. JP atento no rumo 150°. Mas 10h30 JP se sentiu mal e vomitou, enquanto fiquei no leme.
sempre tem um perrengue a enfrentar na travessia
11h tentamos emplacar a asa de pombo novamente, o vento começou a apertar, entre 15 e 17 nós, eu no leme e pá: retranca decide que quer través. Acho que precisamos aprender melhor a colocar o barco no rumo que queremos, apesar da corrente e do vento.
Esse equilíbrio é difícil. Neste momento, caiu alguma parte do violino do nosso burro, o que fez a retranca saltitar pra cima, já sem seu apoio. Foi um susto, fiquei com medo, mas respirei fundo, pensei em coisas boas, fiz minhas orações, pedi para nos deixar a salvo!
Como toda inexperiente na vela, fiz a pergunta que não queria calar: “qual a relevância do burro na navegação com a mestra?”. JP, sabiamente, olhou para a estrutura, que ainda estava com a mestra lá no alto, e me respondeu: “sem o burro, a retranca vai ficar pulando e a vela não terá a mesma performance.”
Depois desta constatação, decidimos baixar a mestra e ligar o motor para não perder muito tempo. E eu não conseguia largar a roda de leme. Parecia que era a única coisa que eu poderia fazer direito sem ter muito medo.
Chegou a hora de colocar o barco de cara pro vento para baixar a vela grande. Foi terrível! Enquanto JP arrumava a vela sobre a retranca, eu orava para que ele conseguisse baixar a mestra sozinho sem problemas e sem cair do barco. E eu atenta ao vento. Não tirava o olho da birutinha, da estação de vento no painel, na bússola, no JP, na vela e depois toda a sequência novamente.
Momento de 100% de atenção para não forçar mais nada e nem machucar meu querido e amado marido.
Antes de baixar a mestra, ele preparou nossa improvisação de lazy Jack, que funcionou muito bem. Acabamos esquecendo de caçar os rizos da mestra, então ficou um pouco de cabo embolado debaixo da retranca depois que toda a vela estava embaixo. O perrengue ficou até 11h30.
depois de todo nervoso, a fome bate
Depois do nervoso, sempre dá uma fominha e às 12h comi meu 2° lanche da manhã. Neste momento, rumo 90° direto pro canal de Ilhabela. A partir daí, era ficar atento com o vento, que vez ou outra soprava umas rajadas solitárias para atrapalhar um pouco o rumo do Prosperus na travessia em linha reta.
Mas neste momento, a navegação já estava bem mais tranquila e confortável. Retocamos o protetor solar porque o sol estava bem forte.
13h15 desci pra fazer xixi depois que o JP acordou do seu cochilinho. Ele estava no leme, recuperando o equilíbrio e espantando o mal estar, enquanto eu coloquei nosso almoço pra esquentar no forno.
Às 13h45 almoçamos os salgadinhos do batismo do Prosperus que sobraram e o JP ficou com as esfihas assadas enquanto eu fiquei com as frituras.
Só na vela ou no motor também? Dúvida cruel!
Pelas 14h25 o vento aumentou e avaliamos se desligaríamos ou não o motor. Com motor, estávamos navegando a uma velocidade de 8 nós e, sem motor, a 5,5 nós.
Faltavam 19 milhas náuticas para chegar à ilha, o que nos levaria mais 3 horas pra chegar no motor sail. Decidimos ir com motor também para chegar mais rápido e durante o dia nessa nossa primeira travessia.
Tudo por menos emoção e mais segurança! Hehehe! Não na nossa primeira travessia.
Às 15h56 chegamos no canal de Ilhabela, já quase sem pano (sem velas) há 30 minutos, porque estava vindo chuva, apenas com a genoa rizada (diminuímos sua área vélica). Quando vimos a chuva chegando, tiramos tudo o que não podia molhar do convés e levamos para dentro da cabine.
Depois colocamos a capa de chuva no tablet, que nos indica o caminho seguro pelo aplicativo do Navionics, e nos vestimos com nossa roupa de tempo, que também já estava preparada para caso chovesse.
Estava chovendo fraco, mas suficiente para molhar os estofados e todo o convés. Ainda bem que nos antecipamos.
Se tem algo que aprendemos morando no mar é que sempre temos que nos antecipar a qualquer sinal de mudança de tempo e situação. Assim evitamos transtornos de sermos pegos de surpresa e resolver as coisas na correria.
Depois da chuvinha, que veio a calhar para tirar o sal do Prosperus no final da viagem (nada acontece por acaso), decidimos fechar a genoa, pois já nos haviam alertado sobre os fortes ventos da entrada do canal e decidimos, novamente, ser conservadores.
Só no motor, ficamos bem atentos à entrada do canal, à travessia da balsa, que demorou para enxergarmos, e possibilidades de navios cruzando nosso rumo. Foco no rumo de novo para não perder o caminho, já que com a chuva e nuvens baixas, mal enxergávamos a Ilhabela!
a chegada triunfante e a salvo da travessia
Às 17h chegamos em Ilhabela, no Saco da Capela, onde nossos amigos do veleiro Guina nos aguardavam para ajudar na ancoragem (vejam o vídeo que fizeram da nossa chegada aqui).
Felizes da vida e em segurança, nosso amigo Fernando nos ajudou a escolher um bom local para ancoragem, nos mostrou como era o “esquema” no Saco. E mal chegamos no nosso destino, fomos convidados a tomar uma champanhe com eles para comemorarmos!
Ficamos cerca de 1 hora no barco vendo tudo o que havia acontecido dentro do barco no caminho da travessia, constatamos pequenas quedas de nossos temperos na cozinha, mas nenhum se abriu e tudo estava a salvo! Que alegria!
O sentimento era de plenitude, humildade e muita alegria! Ligamos para familiares avisando que tudo tinha corrido perfeitamente bem, que estávamos muito animados. Eles vibraram conosco!
Comemos umas frutas no Prosperus e logo chamamos os vizinhos para nos buscarem para fazer o reconhecimento dos vizinhos: Caboges e Guina! Que famílias incríveis! Conversamos rapidamente no barco do Caboges! Já havíamos conversado por Whatsapp, mas era a primeira vez que nos víamos! E em menos de 2 horas já estávamos dentro da casa deles!
surpresas que o mar te traz dentro de pequenas “garrafas” flutuantes
É impressionante como esse mundo da vela te traz amigos, família, companheiros de mar que estão sempre dispostos a ajudar e ensinar! Trocamos algumas experiências sobre nossos pequenos problemas da travessia e eles já nos deram dicas para corrigirmos! DEMAIS!
Depois da visita relâmpado ao Caboges, seguimos para o catamarã Guina, um veleiro fantástico de 47 pés! Pensa numa nave!! Sim, uma nave daquelas IMENSAS! Maravilhoso! Brindamos pela primeira travessia em segurança do Prosperus, pela escolha das famílias conscientes em mudar de vida para viver a bordo de um veleiro e pela nova amizade que surgia!
O que fica desta nossa primeira travessia é que:
por mais que busquemos novos destinos para nos aproximar dos queridos, sempre teremos despedidas que vão doer, e sempre haverá novos amigos esperando por novas jornadas igualmente encantadoras e especiais! A dor da partida não poderá nos impedir de seguir, pois já vimos que estas fases da jornada geram grandes aprendizados e muito amor distribuído! Um amor líquido que se espalha e não pede nada em troca. Amizades de graça que o mar mostra na sua simplicidade que serão intensas. E a isso já nos acostumamos! Com coisa boa, todos se adaptam fácil.
Essa é a primeira mensagem que o mar nos enviou numa garrafinha imaginária flutuante e que guardamos no coração!
Não foi fácil vencer o medo da primeira travessia solo, mas chega o momento de partir. E, para isso, você precisará de uma dose de dedicação, foco, planejamento, determinação e coragem. Sozinho ou com sua dupla, será necessário harmonia e não pular etapas! Estude a rota, estude a previsão do tempo, acompanhe a previsão do tempo conforme os dias forem se aproximando, replaneje com as novas informações, revise o motor, o rádio, as luzes de navegação, mas não se esqueça de soltar todas as amarras da terra! E vá, acredite, e vá!
Que venha a próxima travessia!
Adriana acabei de ler ….Sensacional!
Deus abençoe vocês!!
Bjs
Marco BB
Obrigada pelo carinho, Marco! Grande abraço e bons ventos!
Muito emocionante este belo relato. Parabéns Queridos!!!!
Legal saber que até Bravos Velejadores enjoam, me deu até uma injeção de ânimo🤗
Hahahaha! Sérgio, sim. Quase todo mundo que veleja já experimentou esta sensação. Não é algo apenas para novatos. E tem muito a ver com o estado dos “nervos” que o navegador se encontra! Isso certamente influencia muito! Obrigada pelo carinho! Grande abraço e bons ventos!
Parabéns ao casal. O ideal é que pratiquem mais para “sentir” o mar , o vento, as marés e o barco…… O mar pode tornar-se perigoso…. Desejo-lhes boa sorte e bons ventos……
Exatamente por aí, Athos! É o que temos feito, com calma e paciência. É um grande aprendizado! Obrigada pela mensagem e apoio! Grande abraço e bons ventos!
Que maravilha! Parabéns a vcs! Sucesso nessa jornada! 👏👏👏
Obrigada pelo carinho e motivação, Raquel! Abraço e bons ventos!
Parabéns! Que venham muitas pela frente! Avante!
Obrigada pelo carinho, Carol! E já vieram mesmo! E, graças a Deus, com muito sucesso e superação! Cada travessia representa uma grande novidade, principalmente para nós, bebês na vela. rsrs… Obrigada pelo carinho e bons ventos!
Dri,
Vc escreve muito bem! Parece que eu estava com vcs nessa aventura. Vcs fizeram acontecer! Realizaram um sonho que começa a ser realizado. Vcs são corajosos e determinados. Vcs tem a minha admiração.
Mário, do Veleiro Aprendiz II.
Mario, muito obrigada pelas gentis palavras! Escrevo com o coração sobre as emoções que nos acometem! É um prazer compartilhar este momento que, para nós, está sendo tão único, tão novo! Muito obrigada pelo carinho e por nos acompanhar! =) Abraço e bons ventos!
Olá Dri e JP, me senti com vcs depois dessa narrativa! Me emocionei, me assustei, me acalmei! Dri, já pode pensar em escrever um livro rsrs. Parabéns pra vcs e que venham muitas outras travessias e que Deus os guie sempre 🙏🏻😘😘
Oi, Cris!!!! Muito obrigada pelas palavras tão gentis! Pode deixar que vou pensar nisso sim! Hehehe! A vida a vela tem sido um imenso aprendizado e estas emoções do início, estas descobertas, não voltarão, por isso me policio para sempre colocar no papel o que senti e o que vivemos! Obrigada por nos acompanhar e pelo grande carinho! Abraço e bons ventos!
Boa noite Dri e JP, que experiência incrível. Fica uma lição, o mar as vezes não tolera erros, mas com planejamento e disciplina, tudo dá certo. Parabéns pela travessia, virão muitas outras. Bons ventos. Abraço.
Wandeir, muito obrigada pelo carinho que tem conosco! Nunca mais pescamos um peixão como aquele! Hahaha! Precisa voltar para nos ensinar! Hahaha! Obrigada pela gentileza e por nos acompanhar sempre! Grande abraço e bons ventos!
Muito legal o projeto de vocês, estou acompanhando pelo Youtube, Instagram e agora por aqui, não entendo muito de navegação, mas que os bons ventos os levem ao encontro da realização pessoal,
Messias, muito obrigada pelo apoio e carinho! Estamos dia após dia aprendendo mais sobre o mar, vela, vento! E isso tem sido nossa maior aventura! Ficamos felizes de que esteja nos acompanhando em praticamente todas as nossas redes! Hehehe! Agradecemos o carinho! Abraço e bons ventos!
ola queridos navegantes…parabens pela travessia..continuem nesse sonho real de encantamento que só o mar, o vento e o veleiro podem realizar em cada um..excelentes ventos…abraço …José Roberto
Oi, José Roberto! Muito obrigada pelo carinho e pela mensagem de apoio! Realmente o mar só nos mostra coisas boas todos os dias! E sempre nos dá lições importantes, que pretendemos compartilhar por aqui e outros canais! Obrigada por acompanhar e grande abraço! Bons ventos!