Certo dia, conversando sobre mergulho com uma grande amiga, que estava tentando engravidar, ela me disse que sua médica havia recomendado não fazer mergulho mesmo enquanto tentava engravidar, pois poderia ser que já estivesse grávida e descobrisse mais tarde, quando os riscos de barotrauma (veja o que isto significa em nossa página Hein?) poderiam afetar a gravidez. Fiquei pensando no assunto, pois, de fato, haveria mudanças no corpo da mulher e que isso realmente mudasse algumas condições de segurança no mergulho. Fato é que quando tratamos de um bebê, um filho, teremos toda cautela necessária para não causar nenhum problema ao amado que logo chegará! Mas, como toda curiosidade, fui pesquisar e agora compartilho com vocês minhas descobertas.
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Pra começar:
Sim, as mulheres grávidas têm maior risco teórico de apresentar doença descompressiva. Este risco decorre das alterações fisiológicas da gravidez.
Parece óbvio e é: durante a gravidez, a mulher retém líquidos, cuja redistribuição nos vários compartimentos do corpo está alterada. Esse fenômeno acaba diminuindo a retirada de gases dissolvidos na circulação, favorecendo uma possível embolia gasosa, já que há maior probabilidade de retenção de nitrogênio. Logo, aumentando a potencialidade para a ocorrência de doença descompressiva.
A retenção de líquidos na gravidez também pode ocasionar o inchaço do nariz, ouvidos e garganta, ou seja, das vias aéreas e isto pode aumentar, pelo menos teoricamente, o risco de barotrauma nos ouvidos e seios da face. Outro problema é a ocorrência de náuseas e vômitos durante a gravidez, favorecendo, portanto, o enjoo na embarcação e podendo levar à fadiga por desidratação e perdas de sais (eletrólitos). Além disso, o cansaço e o estresse relacionados a essa situação durante a navegação, favorecem as reações de pânico.
Mas todas estas condições físicas afetam o corpo da mãe e, portanto, ficam em 2° plano, pois a grande preocupação da mãe é sempre a vida e saúde do bebê, que explicamos a seguir:
É uma constatação fisiológica que os fetos não têm a proteção dos pulmões para filtrar e eliminar as bolhas gasosas na corrente sanguínea como os adultos. Estudos laboratoriais de doença descompressiva restritos a animais (ovelhas por conta da sua placenta ser muito semelhante à humana) mostraram altas taxas de mortalidade fetal provavelmente pela passagem de bolhas à circulação arterial, além de um maior índice de má formações cardíacas.
Sendo assim, mamães, desencanem de mergulhar durante estes 9 meses de gravidez, pois você não deseja que seu herdeiro tenha estes problemas, quiçá faleçam por conta da tua louca vontade de ver peixinhos. Seja conservadora! E evite mergulhar! Mate as saudades da água vendo muitos vídeos das suas sereiadas por aí!
Vale ressaltar que estes são apenas estudos com animais e, portanto, não podemos afirmar que estes efeitos ocorram, de fato, em seres humanos, mas duvido que alguma futura mãe se voluntarie a participar de um estudo destes, já que, teoricamente, o risco é alto disso tudo ocorrer com o bebê. Além disso, a Comissão de ética em pesquisa dificilmente liberaria uma pesquisa desta magnitude. Sendo assim, permanecemos na cautela e conservadorismo mesmo.
Tá, mas mergulhei e não sabia que estava grávida! E agora??
Não há dados que justifiquem a indicação de abortamento de mulheres que mergulharam sem saber que estavam no início da gestação. A tese que justifica a ocorrência de mal formações cardíacas associadas ao mergulho baseia-se na possibilidade de transferência de bolhas intravasculares da mãe ao feto. Mas como não há uma circulação efetiva no início da gestação, o risco inexiste. A formação do tubo cardíaco que acaba forçando o sangue a circular no corpo do feto ocorre por volta do 20° dia de gravidez. Então se tudo aconteceu antes deste período, pode se despreocupar! UFA! Mas isso vale para aquelas que nem previam a gravidez! Se você pretende engravidar, evite o mergulho mesmo assim, apenas por precaução.
e mergulho livre em APNEIA? pode?
Quando posso voltar a mergulhar Após a Gravidez?
Evidentemente, gravidez complicada por doenças subjacentes, nascimentos múltiplos, partos e cesáreas complicadas e mesmo a cicatrização, podem postergar a recuperação e a resposta sobre a questão do retorno ao mergulho deve ser avaliada de forma individual pelo médico que acompanhou todo o pré-natal e o nascimento do bebê. Mas, se o parto for normal, basta aguardar que seu útero volte ao tamanho normal e quando não houver mais secreção vaginal, estará liberada para cair na água!
Ponto importante é que, após o parto, os cuidados com o bebê podem limitar o tempo disponível da mulher para se dedicar à recuperação da condição física prévia, além da natural fadiga decorrente do pouco sono devido aos cuidados com o bebê e amamentação que acabam por retardar o início das atividades de mergulho ou potencializar a fadiga durante o mergulho e até mesmo facilitar o pânico. O sentido da maternidade pode adiar o reinício das atividades de mergulho por motivos psicológicos e a natureza é sábia nisso. Novamente, esteja sempre atenta aos sinais que seu corpo te dá! Não sobrecarregue o corpo! Dê tempo para tudo voltar ao normal e seu mergulho ser seguro novamente.
Amamentação e o Mergulho. Pode?
Mulheres, é sempre bom reiterar: faça tudo o que está ao seu alcance e segurança! Ouça teu corpinho e o respeite! Ele é a tua morada e, consequentemente, a do teu herdeiro também! Então cuide disso, seja conservadora e uma mãe responsável!
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Semana que vem tem mais post da série EXTRA de mulheres! Aguardem! Tem mais pedido de post? Escreva pra gente!! =)
Grande beijo!
Dri
Créditos foto de destaque: www.novemeses.pt // Créditos foto post: www.alertdiver.com
Bom dia, gostaria da autorização para publicar seus artigos no site de nossa operadora http://www.e-fluid.com.br . serao mencionados todos os dados de autoria e publicados na integra.
Ótimo, Frank! Obrigada pela confiança e por divulgar o conteúdo que produzimos com tanto carinho. Abraço
Manda bala, Frank! Obrigada pelo feedback!